11.4.06

Bromeliando II




Bouquet Garni

Fui apresentada ao Bouquet Garni pela prateleira de um supermercado. Um pote cheio de trouxinhas de pano – um morim amarrado com um barbante – contendo louro, manjericão, manjerona, salsa e tomilho. Eram ervas desidratadas e talvez moídas, não sei. Usei duas trouxinhas no preparo de um cabrito, retirando-as antes de servir a carne. A partir daí comecei a prestar atenção nesse bouquet tão mimoso. Encontrei um lindo, no livro Técnicas Culinárias do Le Cordon Bleu: encaixaram numa folha da parte verde do alho porro – que é mais grossa – folha de louro, galho de alecrim, de tomilho e alguns de salsa, amarrando, tal qual bouquet, com barbante. Mas outro dia, andando pelo Mercado Central de São Paulo, na Cantareira, encontrei um de beleza ímpar! Para começar não tinha jeito de bouquet. Penso que armaram assim: colocaram folhas de louro, ainda verdes, fazendo uma forração. Sobre ela, galhos e/ou folhas de alecrim, manjerona, sálvia e tomilho. Enrolaram, como a um rocambole, e amarraram com barbante. Acredito que deixaram secar em local ventilado, para evitar o mofo. Deve ser bom, deve perfumar bem os cozidos. Fico no campo do provável porque ainda não o usei. De verdade, não estou com vontade de usá-lo. Parece com um pequeno feixe da cidade de Lilipute, aquela, onde um dia Gulliver foi parar. Ou mesmo uma crisálida, que guarda a surpresa de uma futura borboleta. O Bouquet Garni é assim, misterioso na forma, mas sempre aromas latentes que chegarão à sua boca.

Bromélia Maria
Março/2006

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